7 de abril, Dia do Jornalista

7 de abril é o Dia do Jornalista no Brasil. Coincidentemente, em 2023, a data caiu numa Sexta-Feira Santa, data máxima para os cristãos e, especialmente, aos católicos, cujo contingente é de milhões de fiéis, pois o país é um dos maiores do mundo em número de fiéis nessa religião – inclusive com muitos jornalistas!
É evidente que não dá para comparar a Paixão de Cristo e seu sofrimento supremo com a Via Crucis dos profissionais de imprensa, mas, se Jesus ressuscitou ao terceiro dia, o mesmo não acontece com a liberdade de expressão e de exercício profissional dos jornalistas brasileiros e de tantos outros milhares de colegas pelo mundo e nos países de língua portuguesa.
Desde a queda da obrigatoriedade do diploma, em 2009, no Brasil, não por questões técnicas, mas para atender aos desejos de lucro do patronato, a profissão vem sendo destroçada.
Assédio moral nas redações, cortes em direitos trabalhistas, pejotização (transformação do profissional jornalista pessoa física em pessoa jurídica, empresa), demissões arbitrárias, inclusive de sindicalistas, salários cada vez mais aviltantes, agressões morais e também físicas, perseguições judiciais e até o extremo da covardia, com assassinatos de repórteres e editores.
A violência e as péssimas condições de trabalho vão ao encontro dos interesses dos veículos de comunicação e de segmentos econômicos e políticos poderosos.
Mensageiros das notícias, os jornalistas brasileiros (e pelo mundo), estão cada vez mais acuados. Muitos se afastam por doença, outros por medo, alguns desistem da carreira e os que resistem acreditam em dias melhores.
Temos visto, nos últimos dias, a demissão em massa de colegas na Rede Globo de Televisão, na emissora principal e nas suas coligadas no interior do país. Demissões arbitrárias, inclusive de colegas com cargos de dirigentes sindicais. É uma ação que vai de encontro aos direitos fundamentais dos trabalhadores.
Ocorre que, infelizmente, o próprio universo sindical, por vezes, acaba por ser tão ou mais canalha que o do patronato. É uma realidade inclusive vivida pelo presidente do SindJorNP e da FJLP – Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa, Alcimir Antonio do Carmo, demitido que foi pelo pelego sindicato tradicional dos jornalistas de São Paulo e pela Federação dos Empregados Rurais Assalariados no Estado de São Paulo – Feraesp, onde atuava como assessor de imprensa, ambas entidades de segundo grau sindical filiadas à CUT – Central Única dos Trabalhadores.
“Não há justificativa para ações torpes como essas!”, disse o presidente do SindJorNP e FJLP, jornalista Alcimir Antonio do Carmo, ao referenciar demissão de jornalistas e dirigentes da categoria dos jornalistas no universo sindical, onde, inclusive, o trabalho de colegas jornalistas é “extremamente precarizado”, como no adágio popular “em casa de ferreiro, espeto é de pau”, e ao reforçar que “se as entidades sindicais que representam categoria laboral agem de forma torpe ao não respeitar os seus profissionais jornalistas e alguns dirigentes sindicais da categoria laboral, imagine o patronato?”
Ainda de acordo com Carmo, “lamentavelmente, existem pelegos e defensores do patronato dentro do movimento sindical laboral e é preciso que os trabalhadores possam se organizar e criar mecanismos para combater esses pseudos-sindicalistas que, na verdade, querem se locupletar no cargo e manter privilégios, mesmo que isso custe a dignidade dos profissionais que esses calhordas dizem ser representantes!”
Para finalizar, o presidente do SindJorNP e da FJLP, Alcimir Carmo, diz que, ainda que haja muito joio no trigo da dignidade dos trabalhadores, “é preciso não desistir da luta pela dignidade laboral e continuar com a luta em defesa dos direitos individuais e coletivos dos trabalhadores, inclusive dos operários da palavra, os jornalistas!”

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