SindJorNP repudia execução de líder índigena
O SindJorNP (Sindicato dos Jornalistas do Noroeste Paulista) repudia o assassinato do indígena Davi Mulato Gavião, morto a tiros na madrugada de 12 de outubro, em Amarante (MA). O estado é o segundo colocado no ranking nacional de homicídios por causa de conflitos por terra.
De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), de 1985 a 2017, pelo menos 157 pessoas foram executadas. Entre as vítimas estão indígenas, quilombolas e integrantes de comunidades tradicionais. De todos os casos ocorridos nos últimos 32 anos, apenas cinco foram julgados.
Davi tinha transtornos mentais e costumava sair da Aldeia Rubiácea (Aldeia Nova Gavião Maranhão), na Terra Indígena Governador, para circular pela cidade. Segundo informações da mídia local, ele foi encontrado com quatro perfurações por arma de fogo.
Segundo o coordenador do Cimi/MA (Conselho Indigenista Missionário) Gilderlan Rodrigues da Silva, foi feito um boletim de ocorrência e não há informações sobre a linha de investigação para o assassinato. No entanto, Gilderlan atribui o ocorrido a disputas por terras. “Amarante é um município bastante conflituoso entre indígenas e não indígenas. As lideranças indígenas suspeitam de um fazendeiro da região”, explicou.
Para o advogado da CSP-Conlutas, Waldemir Soares Junior, essa morte acontece em um momento político de acirramento no país e potencializado por discursos de ódio contra setores oprimidos.
Maranhão está no topo do ranking de mortes por conflitos agrários
No Maranhão, 18 pessoas morreram nos últimos dois anos como vítimas de conflitos agrários, conforme a CPT. Em abril de 2017, o caso do conflito entre índios gamelas e fazendeiros, em Viana, deixou 13 pessoas feridas e ganhou repercussão nacional.
“Queremos justiça e que as autoridades procurem dar uma resposta a esses assassinatos. É inaceitável que isso aconteça e fique impune, não apenas no Maranhão, mas em todo o país”, exigiu Gilderlan.
Fonte: http://cspconlutas.org.br/2018/10/indigena-do-povo-gaviao-e-assassinado-no-ma-estado-e-2o-em-mortes-por-conflitos-por-terra/
