De um jornalista de fato e de direito para um pseudo…

É comum entre colegas de redação discutir sobre suas pautas (assuntos que vão cobrir ou investigar, exaustivamente) à produção de matérias, reportagens, artigos, crônicas. Há trocas de informações, dados, pesquisas, impressões, as quais, antes da veiculação, devem ser checadas, para que tenham senão o suporte probatório, ao menos, o indiciário.

Grandes reportagens, envolvendo importantes fatos e em vários âmbitos, inclusive internacionais, como o conhecido como Watergate (1972) que levou ao ex-presidente da república dos Estados Unidos da América, Richard Nixon, à renúncia, pelo paradigma da corrupção. Foi a partir de uma série de reportagens de dois colegas jornalistas que se chegou ao escândalo de obstrução à justiça e espionagem determinada pelo então presidente da Nação mais poderosa do mundo em escritório político (prédio Watergate) de seus adversários.

Jornalistas, de fato e de direito, que têm ética profissional e compromisso com a deontologia, as leis e o estado democrático de direito, devem, sempre, checar as informações que obtém, exatamente, para que não cometam injustiças com denúncias sem fundamento, a fim de que não prejudiquem pessoas e instituições.

Todo material obtido (dados e informações) deve ser checado, revisado, discutido… validado. Enquanto não há a redação final do conteúdo, tudo o que se tem, é apenas especulação, hipóteses, probabilidades, indícios e mesmo documentos que podem ser considerados como prova, dependem da avaliação da autoridade competente.

Ao jornalista cabe a denúncia fundada, com indicação de como a autoridade pode produzir prova. Foi assim em Watergate e em outros tantos casos, inclusive locais. Mas, para isso, o profissional jornalista precisa ser qualificado. Uma boa faculdade de jornalismo e especializações ajudam. Alguns fazem mestrado e doutourado, intercâmbios internacionais, enfim, adquirem pela vida toda o conhecimento.

Infelizmente, no Brasil, a regulamentação profissional foi destruída pelo STF – Supremo Tribunal Federal e, assim, então, qualquer imbecil (até analfabeto) e bandido podem obter a credencial de jornalista. E não precisa muita nteligência identificar quem é ou não profissional.

Há vários desses pseudos-jornalistas em Lençóis Paulista, um deles (provável larápio de informações em investigações, durante visita que fez a uma redação) que ainda têm a petulância de chamar de pseudo o que, de fato e de direito, é jornalista diplomado e representante da categoria em nível internacional.

É por essas e outras ações que afirmo que é preciso defender a educação como única forma de transformação da sociedade, inclusive à produção de informações qualificadas, para que que ajudem na consolidação de conhecimento e esse se transforme em desenvolvimento da sociedade. Como está, infelizmente, o País continuará a ter desqualificados de toda ordem e em todos os âmbitos, também no jornalismo e especialmente na política!

Alcimir Antonio do Carmo, é graduado em jornalismo pela Universidade Estadual Paulista – UNESP, pós-graduado em jornalismo internacional pela Escola Superior de Jornalismo (Porto – Portugal), com desenvolvimento de projeto de doutourado em jornalismo internacional. É presidente do Sindicato dos Jornalistas do Noroeste Paulista e da Federação dos Jornalistas de Língua Portuguesa – FJLP

0.00 avg. rating (0% score) - 0 votes
Share

    Deixe um comentário

    O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *