“Jornalismo é para ser feito por jornalista e não por cidadão”

“Jornalismo é para ser feito por jornalista e não por cidadão”

 “O jornalismo está assentado em duas premissas: o interesse público como matéria-prima e a ética, ou seja, o compromisso com a verdade. Jornalismo é para ser feito por jornalista e não por cidadão”. Com essa declaração, proferida na noite desta sexta-feira (24 de abril), no auditório do Centro de Comunicação da Unirp, a vice-presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Maria José Braga, deu o tom da palestra ‘Regulação da profissão de jornalista: o que a sociedade, trabalhadores e a democracia ganham com isso’.

O evento foi organizado pelo Sindicato dos Jornalistas do Noroeste Paulista (SindJorNP) e contou com o apoio do Centro Universitário de Rio Preto, Fundação Dirceu Gonçalves Resende, agência de publicidade Evolution, Wide Social Comunicação, Solution Consultoria e Sistemas e Contmatic Phoenix.

A PEC do Diploma, regulação da mídia, diferença entre informação e entretenimento, presença feminina cada vez maior no mercado de trabalho, precarização das relações trabalhistas, espetacularização da notícia, a falsa crise do jornalismo, Conselho Federal, PL das Terceirizações, violência contra jornalistas e Marco Civil da Internet foram alguns dos importantes temas abordados pela palestrante.

Para a jornalista Daniele Jammal, presidente do SindJorNP, a vinda de Maria José foi válida tanto para quem já atua na área como para os futuros profissionais. “O evento foi um grande sucesso. A participação dos estudantes foi maciça e as professoras Selma e Luciana deram várias contribuições importantes. O SindJorNP vai investir cada vez mais na formação profissional para que as atuais e as futuras gerações de jornalistas possam exercer cada vez melhor o nosso papel social, primando pela ética e assuntos de relevante interesse coletivo”.

Algumas frases de Maria José Braga:

“O jornalismo e o jornalista estão sendo atacados há décadas no Brasil e no mundo”

“Os mais catastróficos dizem que o jornalismo vai acabar. Na verdade, precisa-se, hoje, mais do que antes. O que está ameaçado é o mau jornalismo”

“Passaram a achar que qualquer um pode ser jornalista. Jornalismo é profissão e requer uma série de requisitos”

“Crise no jornalismo tem causas: falta de investimento e o mau jornalismo que tem como consequências a banalização da violência e confusão entre informação e entretenimento. Isso é proposital e não tem vinculação com o interesse público. Além disso, não podemos nos esquecer da confusão, também proposital, entre conteúdo e tecnologia”

“Jornalismo é jornalismo em qualquer lugar e também nas novas plataformas midiáticas”

“A rede social é o boteco eletrônico, onde qualquer um fala o que quer, da forma que quiser, entre seus amigos”

“Precisamos de um novo marco regulatório na comunicação. Tem que ser um conjunto de leis que tratem de todos os aspectos”

“A neutralidade da rede é um assunto polêmico, delicado. O armazenamento de dados de todo o mundo é feito em 13 supercomputadores, sendo dez nos Estados Unidos. Se os norte-americanos quiserem, do dia para noite ficamos sem internet”

“É inadmissível a violência contra jornalistas. O número de jornalistas brasileiros agredidos e mortos é assustador para um país que não vive conflito social”

“Sessenta e sete por cento da categoria é formada por mulheres e o principal motivo é a escolarização maior feminina. Precisamos, urgentemente, fazer a discussão do gênero no jornalismo”

 

Fotos: Abrahão Hackme

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